26 de janeiro de 2008

Caminhos diferentes, destinos iguais.

Sei que não é comum colocar vídeos, penso mesmo que nunca o fiz, mas esta música é especial.

Tantas perguntas filosóficas... tantos porquês, tantos: why?

Talvez o porquê seja a essência da vida, o sal que condimenta e o fermento que nos faz crescer e ser mais.

- Mais do quê? - Perguntam vocês.
- Mais porquê?

Sei lá!

O que realmente sei é que sempre que ouço esta música ela leva-me pela mão a recordar de onde vim, os caminhos que percorri, as pessoas que encontrei, as almas que amei, os corpos a quem me dei, os mares ondulados, calmos, encapelados e lagos serenos que com as mãos acariciei.

Mas nem tudo foi assim tão calmo, tão azul sereno. Também me queimei. Vulcões de emoções cujas erupções recordo com carinho, com respeito e até com um pouco de medo, confesso.

É a adrenalina que sobe para doses que qualquer médico classificaria de fatais. É o tição vermelho ardente, calcinado no fogo das emoções a marcar a alma de forma indelével. O guincho ardente, profundo, como o de um bezerro assustado e lacerado na sua condição de virgem.

Tudo isto recordo num misto de dor, de paixão e de nostalgia e ao mesmo tempo com muita alegria, comoção e imenso prazer.

Tudo vivi, tudo recordo, tudo esqueço.

Como se fosse possível...

Não esqueço, jamais esquecerei. Posso até esquecer os lugares, os nomes, as datas, as horas, mas nunca esquecerei os rotos, o toque suave da pele, o convívio das mãos com o cabelos sedosos, os cheiros, as sensações, tudo o que não se disse, mas que se sentiu.

Os olhares, os beijos, as carícias... ooh as carícias, as do corpo e principalmente as da alma. O conforto da palavra, o aconchego do gesto, o contacto da pele, os lábios sedentos percorrem desertos procurando um oásis onde repousar, beber um pouco de água doce e fresca na fonte da vida eterna. A harmonia dos pensamentos. Desejar quem deseja ser desejado.

É isto tudo, e apenas um pouco, o significado desta música.

É isto tudo, e apenas um pouco, que hoje sinto. Não é uma saudade triste e nostálgica, mas uma saudade viva, alegre e cheia de esperança. Uma saudade que dá graças por tanto ter vivido, por ter uma alma repleta de cicatrizes de momentos que jamais esquecerei.



...Tell me why the road turns.


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