15 de fevereiro de 2006

Passadeira da Vida

Naquele dia apeteceu-lhe fazer algo.

Um gesto muito simples, mas ao mesmo tempo profundamente importante, no entanto, talvez, também, desmesuradamente injusto.

Aquele gesto em forma de garrafa gritando socorro, embalada pela ondulação suave de um mar de profundo afecto, poderia abrir feridas ainda não saradas no corpo da esperança, na vontade de preencher um vazio que a vida teimava em manter a sangrar.


Nesse momento, imensamente dividido entre a vontade de se sentir feliz e o receio de intensificar uma dor que não se deseja dar nem receber, sentiu que a vida poderia muito bem ser descrita como uma passadeira que se estende sobre o mar do amor sem nunca o tocar.

Uma imensurável e interminável passadeira, para a qual não parece haver fim…



0 Comentários:

Enviar um comentário

<< Home

]]>