29 de janeiro de 2006

O Abismo

Tinham sido muito duros aqueles últimos dias. Perseguia um sonho. Não que fosse muito de sonhar. Nem por isso. Sonhara sim há muitos anos, sonhara e acordara num pesadelo. Nessa altura, reflectiu sobre o assunto e pensou racionalmente. Sonha quem dorme, se ele não dormisse não poderia sonhar e não teria pesadelos.

Uma solução simples e eficaz. De génio pensou mesmo!

Mas não resistiu, o cansaço acumulado ao fim de anos sem dormir e a visão de um sonho sob a forma de estrela, Linda, brilhante, resplandecente num universo escuro, foram mais fortes.

Cerrou, conscientemente os olhos e esticou a mão em direcção à linha do horizonte, em direcção à estrela. Por momentos sentiu o seu calor, mas depressa descobriu que a linha do horizonte, aquela que representa a esperança, que alimenta o sonho, que nos faz caminhar sem pensar no cansaço, que nos dá forças para querer ir mais além, que nos puxa bem para além da realidade mesquinha, fria e nos leva a sonhar, essa linha, essa linha de sonho tinha um fim.

No fim dessa linha encontrou um abismo, um profundo e cruel abismo que o separava do sonho de poder ter uma estrela no seus braços, de vê-la brilhar com um terno sorriso de felicidade na palma da sua mão.

Mas afinal tudo não passava de um sonho.

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