5 de julho de 2004

Dizemos, logo...

No alto do farol, olhando fixamente o mar, deixou parar o mundo à sua volta para pensar nas palavras. Esses comboios de letras, que como os verdadeiros, são igualmente capazes de nos transportar para outros lugares, espaços e tempos mágicos, novos mundos e muito simplesmente através da estimulação da imaginação.

Com as carruagens correctamente arrumadinhas, umas atrás das outras (coisa difícil nos dias que correm), espelham o que sentimos, ou o que desejamos sintam aqueles que com elas se cruzam.

Mas há também aqueles comboios, que apesar do seu aspecto atractivo procuramos nunca apanhar, com medo que se dirijam para a estação errada.

Bonitos estes comboios. Bonitos demais para serem votados ao esquecimento num qualquer museu.

Reflectiu que era necessário alimentar a máquina do comboio com sentimentos, atrelar umas quantas carruagens de emoções e depois partir em direcção ao mar alto, apanhando todos aqueles que em estações e apeadeiros anseiam passear nestes comboios, tantas vezes com destinos indefinidos. Pena é que sejam cada vez menos.

Pela preciosidade do que são capazes de transportar não podiam deixar de ser admiráveis, as Palavras.


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