3 de julho de 2004

A Dúvida

Mais um súbito acordar às 05:30. Começava a tornar-se um hábito fatigante. Levantou-se e subiu ao alto do farol. Abriu a porta do varandim e sentiu o ar frio daquele início de manhã, lavar-lhe o rosto. Ao fundo, o sol, parecia querer dar o primeiro choro, como uma criança que desperta para a vida.

Lançou o olhar para o horizonte acompanhando as últimas viagens da Luz do Farol. Procurava mais uma vez a sua Sereia, aquela que não conseguia esquecer. Os seus cabelos ondulados como o mar e os olhos azuis transparentes continuavam bem vivos na sua memória. O cheiro daquele beijo com que o tinha premiado invadia-lhe os sentidos.

Tinha tanto para lhe dizer... no entanto nada podia fazer contra a imensidão daquele mar que à sua frente se estendia. Mantinha fixo no horizonte aquele olhar perseverante, como a querer dizer que não desistiria, pois simplesmente, não podia desistir de a procurar.

Na sua cabeça, uma dúvida.

Estaria ela a observar a mensagem no seu olhar?


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