A Declaração
Silenciosamente deixou que a luz se extinguisse. Sem uma palavra, um murmuro, o mais inaudível som, assim terminava mais um ciclo de luz. Era a noite fria da solidão que pintava de negro uma existência em luz.
Queria resistir, agarrar com força aquela estrela polar que não mais marcava o rumo, o norte, a direcção a casa. Mas no fundo sentia que não seria capaz, por mais que se esforçasse, a suas cordas vocais estavam paralisadas, presas no medo de um futuro tão incerto quanto atraente e desejado.
Fez um último esforço enquanto estendia a mão aberta com a palma virada em direcção céu. Abriu os lábios e tentou mais uma vez dizer-lhe as palavras que talvez, … sim, apenas talvez a fizessem voltar atrás, aos seus braços. Foi então que, para sua surpresa, o seu coração falou mais alto e da sua boca brotaram as palavras que à tanto ela ansiava por ouvir:
- AMO-TE! - Volta porque te AMO!
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