João saia da escola acompanhado do seu novo amigo, o Pedro. Junto ao portão encontraram Rui e Francisco. Pedro apressou-se a apresentar João aos amigos.
- Este é o João. Está na minha turma e mora perto de nós. Vamos juntos para casa.
O grupo seguiu pela rua abaixo na galhofa. No fundo da rua dobraram uma esquina e a visão da escola esfumou-se como por magia. Então Rui mete a mão ao bolso e saca o maço de tabaco. Do seu interior retira um cigarro, acende-o, dá duas passas e oferece ao Francisco, que sem se fazer rogado logo começa a fumar. Pedro incomodado com a espera logo fala.
- Então "mén", ainda não chega. Passa o cigarro.
Francisco estende o cigarro a João, que dando um passo atrás levanta a mão dizendo:
- Não obrigado, não quero fumar!
-Vá lá não seja garoto - dizem-lhe os outros – Uma passa não faz mal a ninguém.
João mantém-se seguro e afirma com convicção:
- Não quero fumar.
Nesse instante Francisco num gesto desajeitado e apressado atira o cigarro para o chão, o mais longe possível.
- Rui vem ali o teu pai – diz ele.
Com efeito, o pai do Rui era policia e passava naquele instante num carro patrulha. Os amigos começaram a falar de como era ter um pai polícia. Rui todo inchado lá dizia:
- O meu pai é muito importante pois se não fossem os polícias não havia segurança.
Pedro logo se apressou a responder-lhe.
- O meu pai é bombeiro. Ele é que é verdadeiramente importante pois ele ajuda as pessoas que estão em perigo.
Francisco não podia ficar atrás dos amigos e logo disse:
- O meu pai é médico! Ele é o mais importante, pois trata as pessoas quando estão doentes e salva-lhes a vida!
Naquele instante todos olharam para João que se mantinha calado. Ao ver que todos esperavam que ele falasse de seu pai, João tomou coragem e falou, enquanto uma grande lágrima começava a correr-lhe pela face.
- O meu pai era fumador… morreu à dois anos.
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