20 de janeiro de 2005

Apenas Coincidências... (V)

Uns metros à frente parou. Questionou-se:

Que fazia???

Afinal aquela garrafa sobre as ondas do mar não era fruto do acaso, uma coincidência. Era a extensão da vontade de alguém, um grito de socorro que um verdadeiro faroleiro jamais poderia ignorar.

Voltou atrás e esperou pacientemente que o mar liberta-se aquele SOS. Por fim, ainda pouco conformado o mar deixou a seus pés a garrafa. Olhou para ela com atenção e sentiu que a falésia se desmoronava sobre si.

Aquela garrafa estava vazia, não era a mesma garrafa.

Como podia ter sido tão ingénuo a ponto de acreditar poderia ser a mesma garrafa?

Como poderá acreditar que os acontecimentos daquela manhã eram um sinal de luz que o conduziriam a um porto seguro?

Coincidências, apenas isso, acontecimentos fortuitos sem qualquer significado, pedaços de sonhos que nunca passariam de retalhos de uma vida nunca vivida, de lugares nunca visitados, de beijos nunca dados, de sentimentos sentidos, mas nunca exteriorizados…

…apenas coincidências!



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