4 de setembro de 2004

Avaliações...

Esta noite (ontem) dei por mim a tentar fazer uma absurda avaliação dos textos que publico aqui, no farol. É verdade, como juiz em causa própria, queria avaliar imparcialmente os textos, como se isso fosse possível...

Sei que algumas pessoas lêem (mais ou menos anonimamente) com regularidade aquilo que escrevo e se lêem é porque, em princípio, gostam, mas qual o valor destes textos?

Não vale a pena conjecturarem, eu assumo: estive a ver os ídolos! Gosto de o fazer, munido da mais fina ignorância musical, não obstante vários anos de solfejo de piano, a verdade é que desafino com muito profissionalismo, mas gosto de ver se consigo antecipar a opinião dos ditos "experts".

Foi aí que dei por mim a pensar no que escrevo e na sua qualidade. É tão fácil cair no engodo de pensar que cantamos…, perdão, escrevemos bem (ou menos mal), quando na verdade aquilo que colocamos no ar não passa de uma desafinada interpretação de um sentimento bem mais belo e harmonioso.

Que fique bem claro que não tenho ambições literárias, nem este blog representa um trampolim para voos mais altos, muito longe disso. Aquilo que escrevo, escrevo porque gosto e expressa de alguma forma a minha experiência de vida (My Way) e a forma como olho o mundo à minha volta e nada mais.

Feito o esclarecimento, passemos adiante. Também é fácil acreditar que o simples facto de outros nos lerem com regularidade atribui um selo de qualidade ao que expressamos através da nossa escrita, quando na verdade isso não é inteiramente... verdade.

Não quero com isto lançar qualquer sombra de desconfiança sobre a luz que emana das luzinhas que muito carinhosamente alguns de vocês deixam acesas no farol, não é nada disso, simplesmente olho-vos como amigos e como tal acredito que vós pode germinar a semente da parcialidade.

Um júri imparcial e consciente da sua missão foi por mim ansiado. Alguém que, com uma voz abundante de autoridade, dissesse: "Tu não escreves nada".

É claro que essa seria apenas a opinião de Um júri, e cujo valor não ultrapassa isso mesmo, o de uma única opinião individual, ainda que, de um grupo.

Pensarão vocês:

- Mas qual o interesse disso se gostas daquilo que escreves? Quem não quer ler não lê e pronto!

Sei que estão carregados de razão, se gosto de escrever e se vocês gostam do que escrevo, para que necessito eu um júri? Uma mera avaliação que vale o que vale e que no fundo, olhando com muita atenção, percebemos que vale nada, pois as opiniões são como a água de um rio.

Com sinceridade vos confesso, não sei!

Apenas sei que são todas estas dúvidas que me levam, alguns dias, a pensar em apagar de vez a luz deste farol, o não saber se esta luz realmente ilumina a rota de um porto seguro.

Alguns de vocês têm procurado dificultar a decisão enviando-me belíssimas e inspiradoras imagens de faróis, as quais, desde já publicamente agradeço, tal como agradeço os incentivos a ficar, num post ali mais abaixo.

Alguém que muito estimo dizia-me há dias que o farol tinha conquistado o seu lugar por mérito próprio. Sem querer duvidar das suas gentis palavras, fico no entanto a pensar que lugar será esse.

Para finalizar, dizer-vos que neste post decidi retirar os comentários. Não é que tenha medo de ouvir a vossa voz de jurados (para isso sempre têm a caixainha de correio do farol) , simplesmente não quero que pensem que isto é uma lamechice, uma estratégia de marketing, um pedido de afago ou palmadinha nas costas, não é nada disso.

Este texto é apenas o quadro onde pintei, ontem à noite, uma imagem clara e transparente daquilo que penso e sinto, somente isto!

Veremos o que penso amanhã...


125 azul

... Viva o espaço que me fica pela frente e não me deixa recuar
Sem paredes, sem ter portas nem janelas
Nem muros para derrubar

Talvez um dia me encontre
As sim hmm talvez me encontre
Du-ru du-ru-ru- ru Du-ru-ru-du- ru Du-ru-ru- ru

Curiosamente dou por mim pensando onde isto me vai levar
De uma forma ou outra há-de haver uma hora para a vontade de parar
Só que à frente o bailado do calor vai-me arrastando para o vazio
E com o ar na cara, vou sentindo desafios que nunca ninguém sentiu

Talvez um dia me encontre
Assim talvez me encontre

Entre as dúvidas do que sou e onde quero chegar
Um ponto preto quebra-me a solidão do olhar
Será que existe em mim um passaporte para sonhar
E a fúria de viver é mesmo fúria de acabar
...


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