19 de novembro de 2004

Alma Nova

Reparei hoje que já não acendo o farol desde dia 16. Não me sinto confortável. Um farol deve ser fiável, seguro, forte como uma rocha, imutável como o tempo que não pára. Deve estar lá sempre, devemos sentir que ele está lá, mesmo que não o necessitemos, é a bóia ou o colete que esperamos nunca ter vestir, mas que queremos que esteja sempre ali, bem à vista.

Por outro lado tenho aqui num cantinho da minha mente a continuação da história do “encontro”. Pelo menos mais dois capítulo já estão prontinhos a sair, mas ainda não houve aquele momento de descontracção, aquilo a que alguns chamariam um momento zen, para colocar na tela a continuação daquela história, que algo me diz ainda tem muito para dar.

Acho que necessito uma alma nova, como diz a canção.

Uma alma nova para cantar, para sonhar, para sorrir e rir, para gritar, uma alma nova para me encantar, para amar, no fundo uma alma nova para viver.

Acho que necessito de uma alma em branco que possa reescrever desde o início pois esta minha já não existe espaço para continuar a fazer correcções, de tanto escrever e riscar. Sabem, há momentos em que apesar de sabermos que há “coisas” são mesmo assim, queremos acreditar com força que podem ser diferentes. Claro que vocês não estão a perceber nada, mas eu “explico” melhor, e talvez, no fim, fiquem a perceber o mesmo, ou quem sabe, talvez não…

Todos sabemos que “tudo” tem um preço (o tudo está entre aspas, pois parece que ainda há algo que não é transaccionável e refiro-me claro está à vida, ou à morte, como preferirem). Sem divagações, vamos lá. O pior é quando nos apercebemos que afinal a história “reza” mesmo a verdade e tudo e todos têm um preço.

Perguntam vocês agora:

- Mas este “gajo” é tanso? Ele não sabe que é mesmo assim?
- Olha o anjinho!

Sei pois, sei como todos sabemos, embora tente com todas a forças acreditar, que as coisas podem ser diferentes e como tal me sinta sempre tentado a riscar esta frase da minha alma, tentando assim fazer escrever uma história diferente. Talvez viva num mundo de sonho, mas acreditem que tenho os pés bem sujos, de bem assentes que estão na terra, mas a cabeça, essa lá continua bem alta e quanto a isso, nada a fazer.

Mas afinal então porquê o espanto?

O espanto vem só por verificar que, tantos anos após a história das 25 moedas, chego à conclusão que hoje, por bem menos de 25 moedas se cometem actos da mesma espécie. Esperava eu que com tanta inflação hoje fossem necessárias bem mais de 25 moedas, mas o que vejo é com uma boa conversa, sem fundo de verdade como é óbvio para qualquer alma bem escrita, e ¼ de moeda se conseguem “maravilhas”.

E mais não digo.

Acho que preciso mesmo é de uma alma nova!



Para ilustrar este post escolhi estas duas fotos, acho que vocês percebem porquê.


P.S. prometo que logo que recupere deste estado continuo a história do encontro, afinal ainda não sabemos a quem telefonou Isabel.


0 Comentários:

Enviar um comentário

<< Home

]]>