1 de dezembro de 2004

A Traição do Tempo

Percorre os sonhos com as mãos quentes e vacilantes da imaginação. Ao longe, uma luz forte incendeia-lhe a alma com histórias de amores impossíveis, belos romances escritos na espuma do mar.

Sonhos, simplesmente sonhos de um faroleiro solitário, que no alto do seu farol se sente pequeno, muito pequeno, apenas mais um grão de areia, como aqueles que o vento forte e bravio separa impiedosamente das mãos da mãe praia.

Olha com devoção a foto de uma sombra, de um amor fugidio, perdido na escuridão de uma mundo cruel, pequeno, infinitamente diminuto, mas ao mesmo tempo grande, tão descomunalmente grande que o impede de se aproximar da sereia que, daquela foto, o olha de forma meiga e naturalmente doce.

O tempo, o tempo, esse que parece sempre tão curto para os que caminham e tão longo para os que esperam, esse tempo que tudo transforma em pó, o tempo que ofusca os sentimentos e a razão. Esse tempo é agora o seu pior inimigo, porque ele espera, continua à espera de a poder ver, para olhando o azul profundo do mar nos seus olhos castanhos lhe dizer...

Amo-te!



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