22 de novembro de 2004

Luz de Nevoeiro

Perguntava uma das minhas musas inspiradoras, verdadeira resistente neste farol que já viu muitas embarcações arribarem e levantar âncora sem um adeus sentido; se tinha ido de férias ou estava a ficar preguiçoso.

Tentei responder directamente nos comentários, mas depois de ter escrito e apagado, uma dezena de vezes, um conjunto de letras em forma de palavras, mas sem mensagem digna do nome, resolvi escrever e abrir a cortina de névoa que envolve o farol.

O facto de não acender o farol não quer dizer que a luz tenha abandonado o farol, nem tão pouco se deve há falta de vontade de manter acesa esta luz, que anima os ecrãs de alguns de vocês.

As histórias estão ali guardadas num cantinho deste farol, guardadas em lâmpadas multicolores que quero substituir diariamente para que, vocês, possam também ver com quantas cores se faz a vida e o sonho.

Todavia (palavra estranha esta, lembra-me sempre a cotovia) esta luz é afectada pelo nevoeiro, tal como o mar tem as suas marés, uma altas e outro menos altas, e é precisamente numa destas últimas que se encontra agora banhada a Luz do Farol.

Com uma intensidade semelhante às ondas dos mares tropicais a luz continua lá, apenas tem outra intensidade, uma limpidez mais frágil. Se quiserem uma imagem, diria que a intensidade do farol é semelhante à luz que vos chega numa quente noite de verão sem luar, onde os trilhos na areia são visíveis apenas com o brilho distante das estrelas que trespassa sem resistência um céu azul celeste, mesmo de noite.

Resta pois esperar...

... que a Luz do Farol volte a rodar na palma da minha mão, à velocidade do pensamento sonhador de um faroleiro solitário.




(O seu a seu dono. Imagem de Pintex.)

P.S. Um Beijinho Isabel.


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