25 de junho de 2005

Vida de Faroleiro

Hoje não me apetece escrever e por isso escrevo!

É assim a vida de Faroleiro, escrever para afastar o espectro da escuridão de um dia infernal.

É assim a vida de Faroleiro, acender luzinhas, uma a seguir a outra e a outra e a … sem nunca conseguir ver a luz no brilho do seu olhar.

É assim a vida de Faroleiro, aqui, à beira deste mar que nos banha a existência fugaz, tão curta que nos priva de ver a verdadeira luz, embrenhados na procura de uma luz invisível na escuridão diária.

É assim a vida de Faroleiro, acender a Luz do Farol, dia após dia, sem nunca ver o reflexo dessa luz no olhar apaixonado de uma sereia.

É assim a vida de Faroleiro, esperar que a sua luzinha um dia reapareça presa ao olhar cândido e transparente num rosto doce e apaixonado de uma sereia.

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19 de junho de 2005

Sou...

Sou como as marés. Vou e venho ao sabor do vento.

Quando o vento é forte e tempestuoso elevo-me acima do esperado, olho o horizonte e respingo de emoção aqueles que me observam.

Quando o vento é fraco acamo-me no regaço do leito da solidão e ali permaneço, imóvel e desamparado à espera que alguém, lá ao fundo, lá ao fundinho, acenda uma luz... uma luzinha. Uma que pisque e me conduza a um porto seguro nas asas de um vento tempestuoso de sentimentos de verdadeiro e puro Amor.

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10 de junho de 2005

A Declaração

Silenciosamente deixou que a luz se extinguisse. Sem uma palavra, um murmuro, o mais inaudível som, assim terminava mais um ciclo de luz. Era a noite fria da solidão que pintava de negro uma existência em luz.

Queria resistir, agarrar com força aquela estrela polar que não mais marcava o rumo, o norte, a direcção a casa. Mas no fundo sentia que não seria capaz, por mais que se esforçasse, a suas cordas vocais estavam paralisadas, presas no medo de um futuro tão incerto quanto atraente e desejado.

Fez um último esforço enquanto estendia a mão aberta com a palma virada em direcção céu. Abriu os lábios e tentou mais uma vez dizer-lhe as palavras que talvez, … sim, apenas talvez a fizessem voltar atrás, aos seus braços. Foi então que, para sua surpresa, o seu coração falou mais alto e da sua boca brotaram as palavras que à tanto ela ansiava por ouvir:

- AMO-TE! - Volta porque te AMO!

Mas fora tarde de mais, a distância que agora separava o bólido vermelho que ela conduzia pela avenida ladeada pela praia a um lado e o som do mar que abraçava o dourado areal abafaram o, só por si débil, murmúrio daquela declaração de amor.

Esperança, esperança era agora a réstia de luz que ficava implantada na retina do seu olhar, salgada, salgada como a água do mar.


7 de junho de 2005

Schiuuuuuu... É Segredo

Conto, conto, contarei,
Amanhã vos direi
Que a luzinha que hoje vislumbrei
nunca mais esquecerei...

Até lá, nada mais vos direi
Esta foi a difícil decisão que tomei
Pois neste mundo que criei
Saber guardar um segredo é lei.

O vosso Faroleiro




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