28 de setembro de 2004

O Silêncio

Silêncio
Um som sem corpo
Apenas um espírito
Uma alma despida
Calada
Devorando impacientemente
Os sinais do mundo à sua volta.

Mastigando cegamente ruídos
Sons e notas
Distracções e divertimentos
E no limite das suas forças
Por fim saliva e cospe
Cospe a paz
O sossego
A tranquilidade
A calma serena e bela
Cruel com as palavras
Cujo fogo mata sem piedade.

Silêncio
Separação perfeita do corpo imperfeito
Deixa no ar apenas um som
O sopro da sublime união, por tantos almejada
Que se emancipa num carinho
Num toque espontâneo de uma mão
Afagando a pele quente e orvalhada
Que se liberta num tremor de emoção.


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